Alerta laranja: temos uma nova epidemia em mãos. O vírus da gripe já era. A maior preocupação dos nossos tempos deve antes ser o vírus do stress e da depressão. O país anda severamente deprimido. As pessoas empurram-se umas às outras no metro e nem sequer pedem desculpa. Queima-te com a ponta do cigarro (ou outro derivado de produtos naturais) quando passas nas ruas estreitas do Bairro Alto e parecem sentir prazer com isso. Chegam a vias de facto para tentar passar à frente na fila do MacDonalds. Desejam-se coisas terríveis aos chefes (onde se incluem diarreias ou prisões de ventre, depende do que se entender mais doloroso) e depois vingam-se nos subordinados, a quem podem efectivamente fazer a vida negra. Buzinam e ofendem no trânsito e, de quando em vez, mostra-nos o dedo anelar. Em suma, o maior flagelo deste mundo é a depressão e a raiva.
Porém, não “paniquem” (um grande bem-haja à Magui por ter introduzido este termo no meu léxico diário), eu tenho a solução. Beijos. Yap. Beijos. Informou-me esse fabuloso meio didáctico que é a televisão que um beijo de 30 segundos por dia diminui o stress, a ansiedade a depressão. Tão simples como isso: abrir a boca, deitar a língua cá para fora e deixar a outra entrar. Já dizia a minha avó, é tudo uma questão de cedências…
Note-se que não me refiro àqueles beijos de bochecha, que damos às tias com verrugas na cara. Tão-pouco aos xouxo, de lábios bem fechados, não vá algum vírus entrar pela goela. Falo daqueles beijos longos, húmidos, quase pegajosos (e quem não gosta de se sentir pegajoso, enh???), que duram no mínimo 30 segundos, mas cujo efeito em nós se repercute durante horas. Com saliva e tudo o mais a que dão direito. É desses mesmo que falo.
Imaginem o quão surpreendente seria para o tipo que, no carro atrás do meu no posto de combustível, me apita insistentemente para tiraram o carro dali se, subitamente, o beijasse. O homem apitava desenfreadamente, e começava já a vociferar algumas conceitos pouco abonatórios para a minha pessoa, onde se incluem referências a ficar em casa a lavar a louça ou a dar pontos nas meias. Eu fazia o meu melhor para arrumar na mala XXL o VISA, o batom e o espelhinho da Channel (tendo em conta o que paguei por 10 cm de espelho, bem posso ter todo o cuidado do mundo em deixá-lo bem guardadinho numa bolsinha à prova de acidentes). O homem começava a passar os limites da decência e do bom gosto. E eu, que não tenho sangue de barata, saia calmamente do carro, (o calmamente não se destina apenas a criar o ambiente propicio para a história, mas justifica-se sobretudo pelos estragos que o tamanho dos altos já fizeram aos meus pezinhos, agora inchados e doridos), dirijo-me ao carro dele, baixo-me (de costas direitas, para ficar com o rabiosque espetado e ao menos dar uma boa fotografia), enfio a minha cabeça por entre o vidro da janela e beijo-o. Assim, do meio do nada, beijo um completo estranho. E depois vou-me embora para o meu popó, onde continuo calmamente a arrumar as minhas coisinhas de menina. Lindo, não é? Sugiro veemente esta solução para evitar cenas menos próprias que nos deixem os nervos em franja e acabem com uma queixa na polícia.
Por conseguinte, beijem-se. Se querem viver mais tempo e mais felizes tratem de começar a trocar fluidos com a vossa meia laranja e, caso ainda não vos tenha caído no colo, até mesmo com o vizinho do lado. A não ser que tenha herpes e seja zarolho, sendo que nesse caso estão dispensados de o fazer.
Mas, pela vossa saúde, beijem-se.
Porém, não “paniquem” (um grande bem-haja à Magui por ter introduzido este termo no meu léxico diário), eu tenho a solução. Beijos. Yap. Beijos. Informou-me esse fabuloso meio didáctico que é a televisão que um beijo de 30 segundos por dia diminui o stress, a ansiedade a depressão. Tão simples como isso: abrir a boca, deitar a língua cá para fora e deixar a outra entrar. Já dizia a minha avó, é tudo uma questão de cedências…
Note-se que não me refiro àqueles beijos de bochecha, que damos às tias com verrugas na cara. Tão-pouco aos xouxo, de lábios bem fechados, não vá algum vírus entrar pela goela. Falo daqueles beijos longos, húmidos, quase pegajosos (e quem não gosta de se sentir pegajoso, enh???), que duram no mínimo 30 segundos, mas cujo efeito em nós se repercute durante horas. Com saliva e tudo o mais a que dão direito. É desses mesmo que falo.
Imaginem o quão surpreendente seria para o tipo que, no carro atrás do meu no posto de combustível, me apita insistentemente para tiraram o carro dali se, subitamente, o beijasse. O homem apitava desenfreadamente, e começava já a vociferar algumas conceitos pouco abonatórios para a minha pessoa, onde se incluem referências a ficar em casa a lavar a louça ou a dar pontos nas meias. Eu fazia o meu melhor para arrumar na mala XXL o VISA, o batom e o espelhinho da Channel (tendo em conta o que paguei por 10 cm de espelho, bem posso ter todo o cuidado do mundo em deixá-lo bem guardadinho numa bolsinha à prova de acidentes). O homem começava a passar os limites da decência e do bom gosto. E eu, que não tenho sangue de barata, saia calmamente do carro, (o calmamente não se destina apenas a criar o ambiente propicio para a história, mas justifica-se sobretudo pelos estragos que o tamanho dos altos já fizeram aos meus pezinhos, agora inchados e doridos), dirijo-me ao carro dele, baixo-me (de costas direitas, para ficar com o rabiosque espetado e ao menos dar uma boa fotografia), enfio a minha cabeça por entre o vidro da janela e beijo-o. Assim, do meio do nada, beijo um completo estranho. E depois vou-me embora para o meu popó, onde continuo calmamente a arrumar as minhas coisinhas de menina. Lindo, não é? Sugiro veemente esta solução para evitar cenas menos próprias que nos deixem os nervos em franja e acabem com uma queixa na polícia.
Por conseguinte, beijem-se. Se querem viver mais tempo e mais felizes tratem de começar a trocar fluidos com a vossa meia laranja e, caso ainda não vos tenha caído no colo, até mesmo com o vizinho do lado. A não ser que tenha herpes e seja zarolho, sendo que nesse caso estão dispensados de o fazer.
Mas, pela vossa saúde, beijem-se.
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