Nos primórdios dos tempos, quando os nossos antepassados apareceram na face da Terra, gatinhavam com as 4 patas. Paulatinamente, por motivos que ainda hoje escapam à ciência, começaram a usar apenas os membros posteriores para se equilibrar e desse modo chegámos ao Homo Erectus. Mas eis que passados muitos milhares de anos se aperceberam que apoiando apenas as pontas dos pés no chão ficavam com corpos mais esbeltos e assim apareceu a maior invenção do mundo, a seguir à roda e aos gelados: o salto alto. Parece que no inicio não era apanágio feminino. Mas, convenhamos, nessa altura os homens usavam perucas aos canudos e pó de arroz no rosto, o que não era particularmente abonatório da sua masculinidade (eu ainda acho que homem que é homem não usa coisas de meninas, excepto se for escocês, e aí está autorizado a andar de saia, desde que sem boxers por baixo).
Hoje reivindicámos para nós os saltos altos. Eu, particularmente, reivindiquei para mim a pertença a essa espécie curiosa que prefere arriscar-se a torcer um tornozelo a arrastar os calcanhares pelo chão. E todos os que me conhecem sabem desta minha…particularidade, vá lá. Por isso não escondi o espanto quanto ontem à noite uma amiga, com quem partilharei hoje jantar, me escreve no msn: “Ah, um pormenor, traz sapatos rasos porque te quero levar a um sítio e o caminho até lá não é fácil”. Silêncio. Nem toquei nas teclas. Mas ergui o sobrolho. “Ó miúda, saltos rasos??? Mas queres que eu vá comprar uns?”. Não me compreendam mal, eu tenho sapatos rasos, divididos em três grandes grupos: sapatilhas para o ginásio, havaianas para a praia e sabrinas, para o que der e vier. Aliás, durante o dia, e excepto o período laboral, a minha regra é ser rasa. Compreendo que uma medica não faça operações enfiada em botins de camurça ou em pumps de cabedal com saltos assassinos, mas compreendam vocês que eu não sinto confortável a assistir a reuniões sendo a mais baixinha da sala. Chego a ir trabalhar de sabrinas calçadas e os saltos altos na bolsa, ou bem enfiados na pasta do PC e, à boa maneira dos Estates, mudar-me na casa de banho ou no elevador. Mas… sair à noite??? A noite pede saltos altos. A única excepção é a queima das fitas de Coimbra (by the way… há outra?), porque o parque não perdoa e os saltos se enterram imediatamente na terra empapada em vómito. Mas, fora disso, quanto mais alto melhor.
Porquê? Porque eu sou pequenina e gosto de ver o está para lá da linha do horizonte. Porque as pernas ficam incomensuravelmente mais bonitas em cima de 10cm. E porque quando se tem um namorado alto e se usa sapato raso arriscamo-nos a parecer o Frankenstein e o Igor: ele um Frankenstein lindo de morrer e eu um Igor baixote a atarracado.
Por isso, aborrecem-me à vontade com tornozelos partidos, dores nos ossos, lentidão no andar, saltos presos nas calças. Se eu não critico quem anda de salto raso, porque me criticam a mim? Cada um empoleira-se onde lhe der na realíssima gana, desde que não ande por aí a pisar pessoas ou cocós de cão. E eu, fazendo jus à minha espécie, olho para o mundo do alto dos meus 10cm de salto.
Hoje reivindicámos para nós os saltos altos. Eu, particularmente, reivindiquei para mim a pertença a essa espécie curiosa que prefere arriscar-se a torcer um tornozelo a arrastar os calcanhares pelo chão. E todos os que me conhecem sabem desta minha…particularidade, vá lá. Por isso não escondi o espanto quanto ontem à noite uma amiga, com quem partilharei hoje jantar, me escreve no msn: “Ah, um pormenor, traz sapatos rasos porque te quero levar a um sítio e o caminho até lá não é fácil”. Silêncio. Nem toquei nas teclas. Mas ergui o sobrolho. “Ó miúda, saltos rasos??? Mas queres que eu vá comprar uns?”. Não me compreendam mal, eu tenho sapatos rasos, divididos em três grandes grupos: sapatilhas para o ginásio, havaianas para a praia e sabrinas, para o que der e vier. Aliás, durante o dia, e excepto o período laboral, a minha regra é ser rasa. Compreendo que uma medica não faça operações enfiada em botins de camurça ou em pumps de cabedal com saltos assassinos, mas compreendam vocês que eu não sinto confortável a assistir a reuniões sendo a mais baixinha da sala. Chego a ir trabalhar de sabrinas calçadas e os saltos altos na bolsa, ou bem enfiados na pasta do PC e, à boa maneira dos Estates, mudar-me na casa de banho ou no elevador. Mas… sair à noite??? A noite pede saltos altos. A única excepção é a queima das fitas de Coimbra (by the way… há outra?), porque o parque não perdoa e os saltos se enterram imediatamente na terra empapada em vómito. Mas, fora disso, quanto mais alto melhor.
Porquê? Porque eu sou pequenina e gosto de ver o está para lá da linha do horizonte. Porque as pernas ficam incomensuravelmente mais bonitas em cima de 10cm. E porque quando se tem um namorado alto e se usa sapato raso arriscamo-nos a parecer o Frankenstein e o Igor: ele um Frankenstein lindo de morrer e eu um Igor baixote a atarracado.
Por isso, aborrecem-me à vontade com tornozelos partidos, dores nos ossos, lentidão no andar, saltos presos nas calças. Se eu não critico quem anda de salto raso, porque me criticam a mim? Cada um empoleira-se onde lhe der na realíssima gana, desde que não ande por aí a pisar pessoas ou cocós de cão. E eu, fazendo jus à minha espécie, olho para o mundo do alto dos meus 10cm de salto.
Sou testemunha! A Vera não deixou os saltos altos, mesmo tendo que percorrer caminhos ingremes por calçadas irregulares. Já eu, adepta forçada dos saltos rasos por motivos de força maior, mantive-me fiel aos meus hábitos comuns.
ResponderEliminarVera, adorei voltar a rever-te! ;)