Ouvi dizer que há por aí mulheres prendadas, que sabem cozer os buracos das meias e limpar o pó atrás dos móveis. Eu não sou uma delas. Os meus fracos triunfos de sexo fraco (gosto sempre de dar estas borlas aos meus amiguinhos mais machos…whatever that means) resumem-se a caminhar pelos passeios com um leve bambolear de ancas em cima de uns vertiginosos saltos. E depois, “prontos”, digo uma coisas, escrevo uma coisas, parece que até falo de politica internacional e de engenharia genética, mas fico-me por aqui.
Uma das maiores frustrações da minha existência Barberiana reside na debilidade culinária que me atormenta. Digamos que eu com tachos nas mãos sou como o Rockembach com uma bola nos pés: não funciono nem nunca funcionei. O que não seria emocionalmente devastador se não fosse o meu desejo de ser o Liedson das cozinhas.
Admito que sou um autêntico chef de culinária quando se trata de misturar iogurtes com cereais e meter refeições pré-congeladas no forno. E, justo crédito me seja dado, faço umas sandochas de atum com ketchup que…upa!upa! Mas quando nos movemos para o domínio da home-made cooking escondo a cara no meio dos caracóis.
Compreenderão agora o meu desespero quando me vi na continência de preparar um jantar romântico. Caramba, para que fui eu voluntariar-me? Porque não sugeri imediatamente um tete a tete à luz das velas num recanto bonito, com ementa, travessas a ir e vir, e empregados de avental branco? Porque eu gosto de viver perigosamente.
E lá andei eu, pela internet, a rebuscar receitas. É que as senhoras nossas mães tinham livros próprios para isso, ou então aprenderam com as mães delas. Mas como durante o meu crescimento sempre fui mais dada às lides intelectuais do que às domésticas cheguei aos 33 anos sem conseguir estrelas um ovo. Não estou a brincar. Não consigo mesmo. Tenho medo que o óleo quente me salte para cima de modo que me mantenho a uma distância suficientemente segura para deixar a salvo de queimaduras a minha alva pele de bebé mas, ao mesmo tempo, suficientemente longe para deixar esturricar o bicho na frigideira.
Depois de escolhida a ementa – algo sexy, com um toque afrodisíaco, onde sabores salgados se misturem com sabores doces – meto mãos à obra. Devo dizer que comecei de manhã, porque temi os inúmeros perigos que me esperavam. Em última instância estava preparada para o take away. Poupo-vos os pormenores macabros da empreitada. Posso dizer-vos, porém, que manga seca avinagrada é coisa para se repetir. Esta iguaria saiu da minha cabecinha, depois de me informar sobre a conjugação de sabores. De seguida, arrisquei numa carne assada com mel, porque se sai bem ao Jamie Oliver não me podia falhar a mim. Aliás, foi mais difícil comprar a dita do que assá-la. É que eu nunca compro carne vermelha. De modo que não sei distinguir o que é para assar do que é para grelhar, o que suscitou algum burburinho e uma ou outra gargalhada, no talho. E note-se que me dei ao trabalho de fazer dois assados, porque eu não tenho culpa que o homem não coma carne branca nem ele tem culpa de eu não comer carne vermelha. Sobremesa? Muffins do Pingo Doce, pois então. Dois minutos no micro-ondas, plinf…. e lá foram eles para a mesa, rodeados por um puré de maçã frita com canela, que sempre desperta os sentidos mais libidinosos (e nunca se sabe o que poderia acontecer depois). Não tive coragem de chamar a mim os louros pelos bolinhos. Até porque a caixa de cartão com a fotografia dos mesmos sorria-me do topo do meu balde do lixo e não me deixava mentir.
Acho que a minha grande cartada foi mesmo a ambiance. Luz das velas, musica bem melosa escolhida a dedo enquanto terminava um parágrafo da tese, milhentas taças e tacinhas para molhos e molhinhos, os copos novos que comprei propositadamente. E, claro esta, a indumentária da menina, com muito espaço para a pele e pouco para a imaginação.
Moral da história: se eu tivesse que conquistar um homem pelo estômago bem lixada estaria, porque o mais certo seria morrer solteira.
Uma das maiores frustrações da minha existência Barberiana reside na debilidade culinária que me atormenta. Digamos que eu com tachos nas mãos sou como o Rockembach com uma bola nos pés: não funciono nem nunca funcionei. O que não seria emocionalmente devastador se não fosse o meu desejo de ser o Liedson das cozinhas.
Admito que sou um autêntico chef de culinária quando se trata de misturar iogurtes com cereais e meter refeições pré-congeladas no forno. E, justo crédito me seja dado, faço umas sandochas de atum com ketchup que…upa!upa! Mas quando nos movemos para o domínio da home-made cooking escondo a cara no meio dos caracóis.
Compreenderão agora o meu desespero quando me vi na continência de preparar um jantar romântico. Caramba, para que fui eu voluntariar-me? Porque não sugeri imediatamente um tete a tete à luz das velas num recanto bonito, com ementa, travessas a ir e vir, e empregados de avental branco? Porque eu gosto de viver perigosamente.
E lá andei eu, pela internet, a rebuscar receitas. É que as senhoras nossas mães tinham livros próprios para isso, ou então aprenderam com as mães delas. Mas como durante o meu crescimento sempre fui mais dada às lides intelectuais do que às domésticas cheguei aos 33 anos sem conseguir estrelas um ovo. Não estou a brincar. Não consigo mesmo. Tenho medo que o óleo quente me salte para cima de modo que me mantenho a uma distância suficientemente segura para deixar a salvo de queimaduras a minha alva pele de bebé mas, ao mesmo tempo, suficientemente longe para deixar esturricar o bicho na frigideira.
Depois de escolhida a ementa – algo sexy, com um toque afrodisíaco, onde sabores salgados se misturem com sabores doces – meto mãos à obra. Devo dizer que comecei de manhã, porque temi os inúmeros perigos que me esperavam. Em última instância estava preparada para o take away. Poupo-vos os pormenores macabros da empreitada. Posso dizer-vos, porém, que manga seca avinagrada é coisa para se repetir. Esta iguaria saiu da minha cabecinha, depois de me informar sobre a conjugação de sabores. De seguida, arrisquei numa carne assada com mel, porque se sai bem ao Jamie Oliver não me podia falhar a mim. Aliás, foi mais difícil comprar a dita do que assá-la. É que eu nunca compro carne vermelha. De modo que não sei distinguir o que é para assar do que é para grelhar, o que suscitou algum burburinho e uma ou outra gargalhada, no talho. E note-se que me dei ao trabalho de fazer dois assados, porque eu não tenho culpa que o homem não coma carne branca nem ele tem culpa de eu não comer carne vermelha. Sobremesa? Muffins do Pingo Doce, pois então. Dois minutos no micro-ondas, plinf…. e lá foram eles para a mesa, rodeados por um puré de maçã frita com canela, que sempre desperta os sentidos mais libidinosos (e nunca se sabe o que poderia acontecer depois). Não tive coragem de chamar a mim os louros pelos bolinhos. Até porque a caixa de cartão com a fotografia dos mesmos sorria-me do topo do meu balde do lixo e não me deixava mentir.
Acho que a minha grande cartada foi mesmo a ambiance. Luz das velas, musica bem melosa escolhida a dedo enquanto terminava um parágrafo da tese, milhentas taças e tacinhas para molhos e molhinhos, os copos novos que comprei propositadamente. E, claro esta, a indumentária da menina, com muito espaço para a pele e pouco para a imaginação.
Moral da história: se eu tivesse que conquistar um homem pelo estômago bem lixada estaria, porque o mais certo seria morrer solteira.
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