quinta-feira, 23 de julho de 2009

A EQUAÇÃO DO AMOR

O texto da Vera:):


Hoje conheci uma mulher. Simpática, creio eu. Não especialmente bonita. Até lhe encontrei alguns traços grosseiros e as pernas feias. No entanto, senti inveja dela. Não que lhe deseje algum mal ou que lhe queria roubar a sua boa-fortuna. Invejo-a porque admiro o que ela tem e queria tê-lo para mim também. Porque aquela mulher era muito amada. This much I know.
Vi-a com o marido. Ouvi a forma como ele falava dela e como a olhava. Vi como lhe dava a mão debaixo da mesa, como o olhar dele procurava sempre o dela. Não viajava sem ela, contou-nos. Foi amor à primeira vista, contou-nos. Soube imediatamente que ela era Ela.
Apesar de ter seguido ciências sociais sempre tive alguma apetência pela matemática. E não querendo tomar o lugar de algum neo-Einstein devo dizer que reduzi o amor a uma equação matemática que penso traduzir com exactidão aquilo que deve suceder:

Dedicação X Paixão X Dedicação Y Compromisso Y

________ + _____ = ___________ ________
Compromisso X Respeito X Respeito Y Paixão Y

Se o X for o Eu e o Y for o Ele, então, aquilo que eu lhe dou terá que corresponder àquilo que ele me dá em troca. Já fiz parte de uma equação desacertada. Se há coisa que aprendi é que não funciona. Quando assim sucede - quando de um lado sobrarem milésimas, centésimas, décimas, unidades mesmo, - é porque a equação está incorrecta e aquele suposta meia laranja é apenas uma laranja podre que nos vai acabar por amargar a boca. Solução: substituir aquele Y por outro que permita um resultado perfeito.
Podem filosofar à vontade sobre o amor, mas uma coisa é certa, no finalzinho aquilo que eu dou não pode ser mais (nem menos) do que aquilo que recebo. Matemática pura.
Ou talvez não… afinal, se 2 mais 2 nem sempre são 4, provavelmente no amor nunca são 4… Confesso que já tive dias mais felizes, de modo que hoje não estou na plena posse das minhas faculdades intelectuais. Será que no amor nada é mensurável? Será que se pode viver numa relação em que o meu 100 tem como equivalência um 0 da parte contrária? Será que a lógica matemática deixa escapar as pequenas nuances humanas? Se calhar nada disto é explicável. Não sei. Mas pelo menos uma coisa eu sei: Hoje conheci uma mulher. Era muito amada. E eu senti inveje dela.

6 comentários:

  1. Yo ya no creo en las "formulas magistrales".Me da que casi todas sirven para algunos y fallan para otros.Esto del amor ,va mas de quimica que de matemáticas.

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  2. Nos últimos dias tenho sido um leitor assíduo das vossas “experiências”…divertimento, espionagem da mente feminina ou pura bisbilhotice portuguesa, tudo serve para uma breve visita. Pelo que li (e pelas fotos também!...sim, sou um homem!!)sei que rapidamente aparecerá alguém que não cuspa no chão!!

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  3. Química... sem dúvida... Parece fútil? Talvez. Mas não há nada mais verdadeiro.

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  4. Eh pá, mas deixem-me que vos diga que isto dos "anónimos" chateia!!! Ao menos inventem um nome!!!

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  5. Si blogger te da la oportunidad de comentar en anónimo y vosotras teneis un filtro de comentarios....cual es el problema ??? nuestra identidad no es importante ...representamos un grano de arena en medio de una playa .Y no necesito inventar un nombre ,ya tengo ! ainda mais ......dos !!No vale la pena chatearse ....ademas tu sobrino cree que eres guay ! que mas se puede pedir para un sabado de mañana ???? Cumprimentos ....

    FDO :la de los dos nombres ....gostas mais asim?

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  6. Caro recente leitor assíduo, seja qual o motivo que te traz por cá, és mais que bem vindo. Mas - e como já disse aqui a alguém - não nos leves muito a sério. Pelo menos não a mim, que divago sobre fórmulas mágicas enquanto estou na cama a olhar para o tecto à espera que o sono venha (sofro de insónias).
    E sim, vão aparecer muitas pessoas que não cospem para o chão. Mas quase aposto contigo que terão certamente algum terrível handicap que as nunca as deixará passar de sapos a príncipes.
    But than... who wants a prince anyway? ;)

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